Vamos para a boate face, fazer um book para colocar no Orkut e ser a frase do twitter?
Hoje é esse o convite que você faz na hora do flerte, desculpa é paquera, flerte é na outra versão do Windows, do MSN e do Orkut antes dos facebook.
Quem diria que um dia iríamos a uma boate dançar com nossos amigos virtuais, o máximo que lembro são os imaginários, mas isso era antes. Nem os imaginários são imaginados, agora os virtuais são projetados e manipulados para uma vida humana impressionante, lá rotina não tem. Nós podemos fazer deles o que queremos ou apenas o que fariam conosco se fosse possível.
Qual será o mais confiável? A mente humana, ou um monitor de Led ligado a rede mundial de computadores, com outros usuários de todos os continentes que universalizam todas as boates, opa!Faces?
Para Itamar Faria, professor de Sociologia e Antropologia da Facomp, “a internet, particularmente as redes sociais, radicalizam isso. Cada qual cria o seu perfil e se apresenta como acha melhor, dando vazão a suas fantasias e incorporando ou inventando "identidades". De modo geral o comportamento é moldado pela interação. A interação localizada no mundo virtual transpõe-se ao mundo "real" no
comportamento das pessoas.”
comportamento das pessoas.”
O uso da internet freqüente e sem moderação começa a mostrar as suas conseqüências na sociedade.
A dependência desse meio está levando pessoas a deixarem suas vidas terrenas onde os corpos se encontram presentes para se aventurar na terra de ninguém, onde todos são todos. Faces e mais faces. A individualidade, a essência do ser humano termina onde um é todos e todos são um.
“Ora, o mundo real não é tão diferente assim. Uma grande diferença está no fato de que a internet possibilita o contato com um número infinitamente maior de pessoas. Mas, de forma geral, o comportamento das pessoas é uma negociação entre o que eu quero ser e o que os grupos aos quais pertenço esperam e determinam que eu seja. Se na vida "real" assumimos posturas as mais diversas em função dos grupos aos quais pertencemos, no mundo virtual isso também ocorre. Aí o diferencial é que podemos nos reinventar completamente e dar vazão a facetas outras de nós mesmos.” Ressalta o professor.
Essa imaterialidade, essa vida abstrata que faz o homem ter outra personalidade, pintar o cabelo como quiser, vestir a roupa como quer, escolher seu nome sem aquela caretice de pai, mãe e sociedade, rebelar e mostrar faces e faces.
Entramos então na sociologia e na antropologia a evolução do homem e a da sociedade. Ambas estudam a relação do homem inserido no meio social.
Segundo Itamar, “a internet acaba emulando o próprio cenário social. Vivemos numa sociedade de consumo em que o que acaba definindo o sujeito é a sua capacidade de consumo. É um ambiente mais marcado pela exibição de imagens (inclusive uma auto-imagem) do que por relações mais profundas. Também no mundo "real" os contatos são mais negociações entre personas do que relações entre pessoas.”
Eles vivem na “terra do nunca” onde pertencemos a quem queremos, ou não seguimos e temos as faces de quem admiramos, ou até mesmo se pudéssemos roubaríamos a vida.
Coitado do amigo imaginário, como essa rede é cruel. Vejamos há dez anos tínhamos certa comunhão com toda nossa vida, hoje o Maximo que temos é um HD mais potente.
Para o estudante de jornalismo, Daniel Polcaro, “a internet mudou meu comportamento desde que há conheci. Não sou um anti-social por causa da rede mundial de computadores. Apesar de ser o meu principal meio de trabalho, sinto que fiquei refém da internet e que preciso dosar mais para não ficar tão impaciente e dependente dessa tecnologia. A internet hoje talvez seja, em determinados grupos sociais, a que tem o maior poder de mobilização e divulgação do seu trabalho - para o bem ou mal. Já conheci pessoas fantásticas onde o primeiro contato foi pela internet.”
Para muitos a facilidade em se comunicar é essencial e para uns perdemos esse contato social. Ser um internauta... Quer dizer, ser um internauta já está caído. Agora se você for um “Mac, um face, um usuário, ou melhor, um morador da fazendinha” é como um avanço no mundo tecnológico, um software em nova versão. Nesse exato momento você sentiu que acabou de sair de uma lipo, está se sentindo Madame Bovary ou a Ivete Sangalo? É a internet.
Penso que um comportamento cultivado no mundo virtual tem chance de
tornar-se um comportamento social na medida em que encontra eco nas
interações concretas, pessoa a pessoa. Afirma, o professor.
tornar-se um comportamento social na medida em que encontra eco nas
interações concretas, pessoa a pessoa. Afirma, o professor.
Para muitos o mundo virtual está ampliando para ser mais real possível. Esse simulacro revela uma nova sociedade que faz do seu mundo, um Admirável Mundo Novo, mas com uma diferença: a luz apática e a cor pálida será a de nossas vidas.
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